quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Banco vadio

Por onde me levas
Dás a conhecer
Um mundo sem trevas
Não vás a correr

Tu levas contigo
A parte de mim
Que já não consigo
Levar; é assim

O peso dos sonhos
Mesmo em poesia
São pesos medonhos
Quando a noite é fria

Eu levo comigo, um banco de estar
E tu ao meu lado
Enquanto eu sonhar
O presente dado

Carlos Tronco
Honfleur
19/02/13


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013




Trevas

vai
sonha
descobre-te
não perguntes
ao espelho por onde vais
não lhe perguntes quem és
vive
a felicidade esta nas tuas mãos
pena eu não saber cantar
fora  rouxinol
e a noite avança
e o frio fere
e na solidão das trevas
com o medo da noite
vem o fantasma do fracasso

para que serve escrever
se ninguem lê
a noite avança
e não consigo dormir

Carlos  Tronco
Granville
15/02/13

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013


Dá-me a tua mão

dá-me a tua mão
para que leia a nossa sina
que me perca na tua linha da vida
que apertes a minha alma perdida
que sinta a felicidade
desabrochar entre os teus dedos
enfim,

apertar não,
que ainda te sufoco
mas posso tentar compreender-te
de alma e coração
dá-me a tua mão
os mesmo dedos com que acaricias
o teu mais profundo sonho
e sorris
quando adormece a tarde
para espreitarem a estrelas
 
e choras quando a lua se esquece
 
de aparecer por trás das nuvens


Poemas a quatro mãos

Carlos Tronco

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013




Vem sentar-te comigo


Para ti desenharei
Um banco simples
De carpinteiro,
Que farei em castanho,
De um souto transmontano.

Procuraremos juntos a sombra
Consoladora
Das mais frondosas arvores,
Onde cantarão
Os mais subtis rouxinóis.

Quando caírem com o inverno
As últimas folhas, as primeiras geadas
Aqui,
Continuaremos além,
A procurar a felicidade, pois,
Este banco dos sonhos, é de levar.

Enfim, quando for demasiado velho,
Para caminhar a teu lado,
Posso servir ainda,
Para ser o teu banco de esperança
E assim,
O nosso banco dos desejos
Dará volta ao mundo.

Carlos Tronco
Evrecy
28/01/13