Acrescentar à letra cor, partilhar da alma o etéreo, mostrar da mão os calos, caminhar, ao lado, em silêncio.
quinta-feira, 20 de novembro de 2008
Divagações
Vela que um sopro apaga
como apaga o fogo a água
vela até de marear
contigo eu sulco as ondas
nas suas águas profundas
me hei-de um dia afogar
Afogar-me no teu seio
Pelo caminho do meio
À perdição me deitar
Como é doce e comovente
Ser quase nada e ser gente
Capaz de audaz sonhar
Apenas tenho uma voz
com ela conversamos nós
no profundo da garganta
Doem as cordas vocais
perdidas até demais
por vezes ainda encanta
Na garganta tenho nós
Depois voam como pós
de estrelas e de amor
Serram o peito e a alma
são nós já feitos com calma
apertados e com dor
CT
Mondeville
22/03/06
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