Se as minhas mãos soubessem falar
quando te afago o rosto
e apago as tuas lágrimas
se os meus dedos soubessem dizer
quando acaricio o teu peito
e escuto o teu coração
se o meu ser pudesse explicar
o que a minha alma sente
se os meus lábios soubessem cantar...
é um gesto imperfeito
palavra sem jeito
etéreo falar
são flores à enfeitar
são rendas do peito
são beijo por dar
e depois sem medo
sereno e feliz
de poder partilhar
eu deixo o meu dedo
vadio, é segredo...
deixo passear
por montes e vales
colinas ribeiros
e deixas tocar
nas cordas da vida
guitarra querida
a acompanhar
o fado, o destino
o nó da garganta
o sorriso enfim...
se a mágoa é tanta
hesitas perguntas
depois de mãos juntas
sorrindo, alegre
e quase com febre
pedes protecção
da cara ao joelho
da alma o espelho
...passeia uma mão.
Carlos Tronco
Mondeville
07/05/05
Sem comentários:
Enviar um comentário