Acrescentar à letra cor, partilhar da alma o etéreo, mostrar da mão os calos, caminhar, ao lado, em silêncio.
sábado, 18 de abril de 2009
Traição
Traição
Quantas vezes me traíste?
Tantas ou mais que eu?
Há jogos assim.
Em que perdemos os dois.
Perdemos primeiro a liberdade,
Porque nos entregamos.
Perdemos em seguida a dignidade,
Porque nos enganamos.
Perdemos enfim a alma,
Porque nos traímos a nós mesmos.
Traímos os nossos sonhos,
Traímos a nossas promessas,
Traímos os nossos ideais.
Sabes, o mais engraçado,
E poder trair e continuar a amar.
Engraçado porque esse amor é impossível
O hipotético perdão, não passa de uma ilusão.
Uma miragem no deserto de nós.
Trair é o passo último
No suicídio da nossa consciência.
O amor que resta tem o sabor
Amargo do vomito, ou pior
O sabor letal da vingança.
Em realidade, nunca saberei se me traíste,
Ou se preferi pensar que o fizeste.
De qualquer modo, pensar, foi
A minha forma de te trair.
Não houve penitência…
Muito menos purgatório.
Assim aprendi, que o inferno
Nesta vida, se chama solidão.
Longe dos teus versos,
Ainda mais que dos teus olhos,
Apenas te desejo que sejas muito feliz.
Adeus
Carlos Tronco
Mondeville
18/04/09
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