Acrescentar à letra cor, partilhar da alma o etéreo, mostrar da mão os calos, caminhar, ao lado, em silêncio.
quinta-feira, 23 de julho de 2009
Assim vai a vida...
A água ia correndo
devagar
sem rumo certo
sabendo apenas
que chegando
se tornaria mais salgada.
A ponte, impávida
por ali ficara
a ver correr águas,
depois de águas.
Unidos por uma só
e mesma sina,
ali se tinham encontrado.
Oposição de posturas:
Uma corrente,
lá ia, sem dar conta
atrás da vida
enquanto a outra
mais pacata,
esperava a morte.
No entanto,
partilhavam um só e único
destino:
quando morresse a ponte
o rio perderia o seu mais fiel
admirador
e não tendo
quem o contemplasse
noite e dia
correria louco
afogar-se
no salgado mar
do esquecimento.
Carlos Tronco
Mondeville
23/05/06
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6 comentários:
O sal do esquecimento... gostei das palavras.
Obrigado
O sal do esquecimento é necessario para temperar uma nova vida Chris
Grato pela leitura
carlos
O enquadramento desta ponte num
local longicuo, dum Norte desconhecido e mais a maravilha de poema que tanto fala!
Força Carlos a tua poesia é boa!!!
abraço carinhoso
Para esse norte desconhecido me puxam invisíveis asas como a um frágil pássaro há muito caído do ninho
Abraço retribuído
Carlos
Ao que parece também aprecias fotografia que junto à poesia dá-lhe uma beleza ainda maior.
Deste poema destaco o que mais me tocou.
"Oposição de posturas:
Uma corrente,
lá ia, sem dar conta
atrás da vida
enquanto a outra
mais pacata,
esperava a morte."
Vony
Em realidade, a simplicidade de uma paisagem, a dureza de uma pedra, o aroma de uma flor, também são poesia. So que elas não falam. A imagem rende-lhes justiça: dá-lhes vida.
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