Cambaleando
tal um sonâmbulo
em instável equilíbrio
sobre um transparente
fio de seda
de uma mágica teia
pronto a perder os sentidos
e deixar-me encantar
pelo olhar mortífero
e sem piedade
do aracnídeo
sinto que a cada passo
melhor adere ao fio da vida
o pé direito
depois o pé esquerdo
transmitindo perfeitamente
as vibrações da minha impotência
ao monstro que teceu a armadilha
perco o equilíbrio
tonto
como embriagado
pelos vapores de um éter celeste
e porque a dor é imensa,
pergunto
será que o Deus que reclama pronto
a minha alma
é uma aranha também?
Carlos Tronco
Mondeville
15/05/06
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