quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Eu não sabia




Eu não sabia

Eu não sabia escrever
Tu mostraste-me o papel
E a tinta tornou-se palavras

Eu não sabia escrever
Tu ensinaste-me que uma pena
Outrora fora asas

Eu não sabia escrever
Tu explicaste-me que como a pena
Deixa o traço da sua alma
No branco virginal do frágil papel,
Também as asas quando divinos lábios
Lhe haviam soprado a brisa do ser
Para que aprendessem a voar,
Haviam deixado no mais profundo
Azul dos céus, o traço das suas penas

Eu não sabia escrever
E tu ensinaste-me a escutar

Eu não sabia escrever
E tu pegaste na minha mão trémula
Para que juntos, descobrisse
Os arabescos subtis do teu corpo

Eu não sabia escrever
Mas contigo nasceu algo poético

Eu não sabia escrever
E contigo aprendi a soletrar
a palavra Mulher

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