quarta-feira, 17 de junho de 2009

O fragil da vida




Silêncio, branco, em noite que amanhece
Quando o manto estendido, vencido parece
Por vezes, no meio, uma ave, procura
Pão. Semente ou somente salvar a vida
Algum insecto, verme, criatura perdida
Branco e frio; é gelo, em manhã ja madura

Combate entre o belo e o tempo que passa
A neve a orar, com fé, rogando a graça
A clemencia dos céus, também algum frio
A ave coitada, com fome procura
Se alguém viu passar um petisco; ternura
De uma cena que segue docemente, um fio

Que amarra à vida, à terra e ao céu
Para voar, a ave, precisa de piteu
A neve necessita para viver de gelo
A ave, ela, morre de frio, ao vê-lo
Eu à janela, impotente, assisto
Ao drama da vida, resumido, a isto.

Carlos Tronco
Mondeville
28/12/05

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