quinta-feira, 18 de junho de 2009

Sem título...

Se eu soubesse quantas vidas
Tenho para florescer
Deixava-me de despedidas
Ia pelos montes correr

Cantar fados, desgarradas
Deixar a vida viver
Com o inverno, com o estio
E a primavera a crescer

Venham amigos, amores
Que venham todos por bem
No peito da minha mão
Há lugar para cada um

Um abraço ao coração
E pão para mais algum
Sentem-se amigos à roda
Tudo é bom enquanto dura

Ele só se termina a boda
Quando algum Deus nos empurra
Para o vazio, para a cova
Mesmo sendo a morte pura

Seja o mais tarde possível
A cova só quero ver
Quando não puder sonhar
E amigos já não ter

Carlos Tronco
Mondeville
31/12/05

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