Se eu soubesse quantas vidas
Tenho para florescer
Deixava-me de despedidas
Ia pelos montes correr
Cantar fados, desgarradas
Deixar a vida viver
Com o inverno, com o estio
E a primavera a crescer
Venham amigos, amores
Que venham todos por bem
No peito da minha mão
Há lugar para cada um
Um abraço ao coração
E pão para mais algum
Sentem-se amigos à roda
Tudo é bom enquanto dura
Ele só se termina a boda
Quando algum Deus nos empurra
Para o vazio, para a cova
Mesmo sendo a morte pura
Seja o mais tarde possível
A cova só quero ver
Quando não puder sonhar
E amigos já não ter
Carlos Tronco
Mondeville
31/12/05
Sem comentários:
Enviar um comentário