quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Ceras também são vela



Sinto no oco das mãos
o vazio do mundo
em que respiro.
Nadas
e ainda menos
linhas
de vida,
sonhadas,
mais que verdadeiros amores.
Imagino sim,
que no vazio tudo cabe,
mesmo Vénus,
a estranha companheira
das frias
madrugadas.
A estrela do Pastor.
Doces pensares.
Será caso para abraçar,
as palmas das minhas mãos,
e depois erguê-las ao céu,
para que o milagre se concretize?

Acendo uma vela
e no vazio,
deixo que a vela arda.
Quem sabe!
Tudo pode acontecer...
A cera corre
e no queimar da pele,
das mãos que a recebem com carinho
lembra,
que o vazio também dói.

Carlos Tronco
Mondeville
25/05/06

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