Acrescentar à letra cor, partilhar da alma o etéreo, mostrar da mão os calos, caminhar, ao lado, em silêncio.
domingo, 29 de novembro de 2009
Vulcão à beira mar
O mar nada pode, para extinguir vulcão que explode
Desses amores súbitos e vadios nascem as mais belas ilhas
Do mar azul e das lavas ardentes são as filhas
O mar não apaga, quando muito fode.
sábado, 28 de novembro de 2009
Se um dia
quinta-feira, 26 de novembro de 2009
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Terra
Terra,
Não Santa Terrinha
Na serra
Terra
Sim, chão para trigo
Pão e sepultura
Terra
Não lugar engraçado
Em mapa rosado
Oh terra impura...
Terra da amargura
Tu, que lavro com carinho
E fecundo..
Pão e vinho
O fruto
Da nossa guerra.
Quantas almas
Foi preciso
Sacrificar
Para o teu nome santificar?
Carlos Tronco
Mondeville
24/10/06
domingo, 22 de novembro de 2009
Pão com manteiga
Sabias que ser feliz, é muito simples
não há como sorrir, tu podes crer
eu sei quando sorris, por vezes mentes
mas sei adivinhar, mesmo sem ver
O dia esta lindo, mesmo se chove
o frio, também o vento, querem brincar
é pois o teu verbo quem comove
dizes, quero viver, não vou deitar
Apetece-me. Sim, a vontade, é quem dá força
sair, contar as gotas, dessa chuvinha
saltar nas poças de água e ser moça
Procurar pastelaria e que aproveite
pão quente com manteiga, torradinhas
e um copo de, café com leite.
Carlos Tronco
Mondeville
18/06/08
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
Se tu me deres
Se tu me deres, um pouco do teu alento
Um pouco da tua graça
Dás-me pão, dás-me sustento,
E lá vou eu, pobre vento, a correr, até à praça
A dizer, com alegria
A quem passa, vai e vem
Que alguém me deu também
O que deu à Cruz Maria
Quero que saibam,
As barbas servem para isso
Os filhos que penduravam
São mais que fé, são feitiço
Vão crescendo e aprendendo
E quem tão pouco ensinou
Só a voar ajudou
Bater asas sozinho
Depois de árvore plantar
Dos meus filhos - mas não só - criar
Depois de algumas páginas escrever
Chega o momento fatal
Em que acorda o animal
Que nasceu para vencer
Se tu me deres
O sorriso dos teus lábios
Não preciso de mais fados
Nem do amor de outras mulheres.
Um pouco da tua graça
Dás-me pão, dás-me sustento,
E lá vou eu, pobre vento, a correr, até à praça
A dizer, com alegria
A quem passa, vai e vem
Que alguém me deu também
O que deu à Cruz Maria
Quero que saibam,
As barbas servem para isso
Os filhos que penduravam
São mais que fé, são feitiço
Vão crescendo e aprendendo
E quem tão pouco ensinou
Só a voar ajudou
Bater asas sozinho
Depois de árvore plantar
Dos meus filhos - mas não só - criar
Depois de algumas páginas escrever
Chega o momento fatal
Em que acorda o animal
Que nasceu para vencer
Se tu me deres
O sorriso dos teus lábios
Não preciso de mais fados
Nem do amor de outras mulheres.
sábado, 14 de novembro de 2009
A criação de um mundo
A!
Com a ponta do dedo
Tal uma varinha de condão
Desenhava
Ou melhor rabiscava
Nas tuas costas
Letras de um alfabeto
Imaginário
M!
Que tentavas adivinhar.
A tua pele
É sedosa
Macia
Cálida
Agradável ao tocar.
De quando em quando,
Um breve arrepio
O!
Acompanhava a peregrinação
Do meu dedo.
Ia escorregando
Ao longo da tua coluna vertebral.
Por vezes estremecias.
R!
Ainda não tinha terminado inteiramente
A letra G
E ja tu deixavas escapar um sussurro
AAAAAAAAAA
Depois outro mais intenso
Um quase gemido
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Acordei
O meu peito abandonado
Ao teu dorso
Agora
A mais formosa e delicada
Pagina
Do nosso romance de amor
Começava a desvendar
A face escondida da lua.
Com a ponta do dedo
Tal uma varinha de condão
Desenhava
Ou melhor rabiscava
Nas tuas costas
Letras de um alfabeto
Imaginário
M!
Que tentavas adivinhar.
A tua pele
É sedosa
Macia
Cálida
Agradável ao tocar.
De quando em quando,
Um breve arrepio
O!
Acompanhava a peregrinação
Do meu dedo.
Ia escorregando
Ao longo da tua coluna vertebral.
Por vezes estremecias.
R!
Ainda não tinha terminado inteiramente
A letra G
E ja tu deixavas escapar um sussurro
AAAAAAAAAA
Depois outro mais intenso
Um quase gemido
Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh!
Acordei
O meu peito abandonado
Ao teu dorso
Agora
A mais formosa e delicada
Pagina
Do nosso romance de amor
Começava a desvendar
A face escondida da lua.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Meio manto
Imagino que ainda dormes descansada
É verão e nua sonhas consolada
Pelo fresco do ribeiro e sua água
Sorris quando sentes o meu peito
Encostado às tuas costas com respeito
Tentando apaziguar a tua mágoa
Ontem não voltaste, talvez zangada
E o tempo demorou, só a alvorada
Me trouxe um pouco da esperança que perdi
Por isso nos teus sonhos vim tão junto
E sem nenhum pudor eu te pergunto
Que sentes ao deitar-me junto a ti
Onde vamos mulher, eis o caminho
Quero descobri-lo palmo a palmo com carinho
Percorrê-lo ao teu lado olhando em frente
Cairei, mais de uma vez estou seguro
Quero ver no teu olhar um azul puro
E que seja a tua mão que me levante
Carlos Tronco
Mondeville
28/01/08
terça-feira, 10 de novembro de 2009
Um Sol
Uma estrela apenas
A luz
Um cheiro de lavanda
De sul
De vida
De areia, de mar
Um sol.
Um sol
Da primeira alvorada
Uma estrela da madrugada
Uma luz de candeia
De azeite
De terra quente
O sonho que solda
O rir
A felicidade
De um primeiro beijo
Dado sem saber
Naturalmente
Como o primeiro
Dado pelo sol
À lua
Uma espécie de estrela
Redonda
De tanto acariciada
De tanto desejada
Beijada pelo sol
Perfumada desde cedo
Tentando aprender a voar
Erguendo-se
Com dificuldade
Das manhãs de inverno
Quando o frio das geadas
Amarra a alma
À horizontal planície
Como prece longínqua
A estrela do pastor
Então Vénus
Braço após dedo
Vagarosamente
A coragem
Acaba por vencer
As trevas
Para que enfim
O milagre do dia
Aconteça
E que o azul seja a assinatura
Do amor celestial
domingo, 8 de novembro de 2009
Renasceu
Renasceu
Das cinzas
Do nada
Fora árvore
Dera sombra
Floresceu
E o fruto alimentou.
Confidente de namorados,
Casa de pássaros,
Ninho de ventos.
Sonhou ser navio,
Sustento de velas,
Mesa de manjar,
Armário de panelas,
De janela madeira,
Liberdade de olhar.
Ardeu.
Ficou em cinzas.
E eu ao olhar para elas,
Perguntei:
-Porque assim findas?
Tu Tronco
De árvores belas.
Carlos Tronco
Azé
22 - 12 - 07
sábado, 7 de novembro de 2009
SELVAGEM
porque espero eu senhora
como se a madona fora
porque espero a aparição?
os caminhos eles são tantos
e por eles ouvem-se os prantos
os prantos do coração
não te quero ajoelhada
tu ovelha tresmalhada
imagina-me pastor
daqueles que vão por caminhos
deixando-os sempre limpinhos
mudando a pedra em flor
sou louco não tenhas duvida
assim calhou nesta vida
a próxima será melhor
acredita nos meus sonhos
pesadelos são medonhos
não amar é bem pior
ouves o som das trompetas
dos tambores e clarinet”a”s
imagina o eu ter voz
dança comigo querida
este som é o da vida
e a vida somos nós
vira Maria bonita
eu gosto de ti catita
do sorriso do teu rosto
mesmo se a distancia é muita
com o amor e a fé junta
irei até ti e com gosto
Carlos Tronco
Mondeville
03/12/07
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Arca
Procuro no silêncio do teu ausente olhar
A esperança, o caminho, talvez a luz
Procuro, como esse alguém, subindo à Cruz.
Pensava que do alto pudesse compreender
Os homens e partilhando o seu sofrer
Pensava amolecer os corações mais duros.
A virgem ao pé da Cruz até chorou
Mas esse sonho nunca resultou
Os cravos já há muito enferrujaram.
Encontro no silêncio, creio, sim
Face ao espelho, à ruína, ao ruim
Vontade para nunca naufragar.
Tu és a sereia que me encanta
O sopro, o alento que levanta
A nau, que um dia há-de salvar.
Carlos Tronco
Caen
18/12/07
A esperança, o caminho, talvez a luz
Procuro, como esse alguém, subindo à Cruz.
Pensava que do alto pudesse compreender
Os homens e partilhando o seu sofrer
Pensava amolecer os corações mais duros.
A virgem ao pé da Cruz até chorou
Mas esse sonho nunca resultou
Os cravos já há muito enferrujaram.
Encontro no silêncio, creio, sim
Face ao espelho, à ruína, ao ruim
Vontade para nunca naufragar.
Tu és a sereia que me encanta
O sopro, o alento que levanta
A nau, que um dia há-de salvar.
Carlos Tronco
Caen
18/12/07
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Chamas que ardem de fogo
Entre duas quase paredes de pedra outrora imaculada
Um rectângulo, como boca aberta
Por cima, na parta mais elevada
A cabeça; é sempre cabeça mesmo sem ter o poder de esperta
Erguia-se como um chapéu
Nada mais que uma chaminé
Procurei no bolso uma caixa de fósforos
Depois de lidos, os velhos jornais
Serviriam uma vez mais de arma de fogo
Lenha não faltava
A chama pegou rapidamente
Naquele tempo a estupidez humana
Ainda não era cultivada pela televisão
O encanto, o feitiço vinha daquele rectângulo aceso
Daquelas chamas que
Entre o vermelho alaranjado
E o azul quase celeste
Tanto parecia um instante ameaça infernal como
Pouco depois
Promessa de paraíso
As chamas, alguém já reparou?
Sempre se elevam param o céu...
Passei a noite velando a agonia
Daquele espesso pedaço de ramo
Há muito sem folhas,
Filho sem dúvida de um tronco
Ele mesmo sacrificado naquele altar
Enquanto a noite progredia
E o infernal fogo consumia com as suas vorazes chamas tão inocente criatura
A questão mesmo do essencial tornava-se lancinante:
“O que é a vida afinal?”
Algures, alguém decidira que era noite de natal
No entanto, no aconchego de uma lareira acolhedora
A solidão continuava tão pesada quanto a morte
Quando a ultima brasa se extinguiu
Escrevi já quase sem fé:
Prospero ano novo 2008.
Carlos Tronco
Azé
Centro de França
24/12/2007
terça-feira, 3 de novembro de 2009
Distancia, é só meio caminho
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
Sina
domingo, 1 de novembro de 2009
A minha praia
A minha praia, de tanto ser areia,
já nem o tempo sabe
e já nem conta,
nem as ondas do mar
e nem escuta,
os cânticos da saudade, nem sereia.
A minha praia de tanto ser o mar,
não sabe já se vai, se esta a vir,
não sabe se deitar na areia é amar,
se correr nas ondas é sorrir.
A minha praia que já foi espuma
hoje é tardinha, é entardecer,
é uma praia deserta e sozinha,
mas que será praia até morrer.
Carlos Tronco
Mondeville
4/11/07
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