quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Regar enquanto o sol boceja

Fazer render o peixe,
não vá ficar a zero,
com a criança nos braços.

Ficar em vinhas de alho,
gota a gota, gostar de queijo,
como gato do borralho.

Ir à bola com alguém,
bugiar, sem ter o vento na popa
agua abaixo, isto é uma república?
Ou será portal de quinta...
Cigano, judeu errante,
lambo os dedos,
lançam-me a fera
aqueles de lata estanhada.

Eu que fui lavado a lágrimas,
levanto-me com o sol,
para te levantar do pó.

Limpai o rabo a parede,
eu junto-me a malta da corda,
sem ter de me mandar ao ar.

Matar o tempo é crime,
meter medo ao susto também,
digo como testamento:
morrer até morre o vento
e o parto é sempre difícil.

Carlos  Tronco

...le cours d'aujourd'hui est, mécanique des milieux continus solides, tenseur des contraintes longitudinales dans une poutre soumise au doute...

sábado, 2 de novembro de 2013

Crepúsculo

Esse momento magico, 
em que se abrem as portas da prisão 
para apenas existirem os braços
que nos doaram asas
as asas do voo
o voo da liberdade
então perguntarei:
-Queres caminhar comigo até ao fim do mundo?
Não te prometerei vida fácil
nem riqueza nem renome
apenas te beijarei a nuca quando o sol raiar
e sussurrarei ao ouvido
vamos, ainda há caminho.
Acredito que no fim do mundo
as estrelas desçam sobre a terra
e seja possível colhe-las
como cerejas
colher estrelas como quem colhe esperanças
para iluminar os nossos passos para diminuir os nossos medos
para nos tornarmos felizes
e eu a chorar
feito parvo,
porque estas longe.