quinta-feira, 29 de agosto de 2013



Sentei-me no paredão. Areia havia. Parecia um convite a aproximar-me da imensidão do mar. Ao longe passeavam almas. O passeio dos tristes. Pareciam procurar na imensidão da praia, alguma fronteira para conter a própria solidão.
Quisera que estivesses comigo. Contar uma a uma as ondas deste mar. Talvez ondas que ja foram tuas. O mar é livre. Sabias? Tanto bate aqui como se retira além. As gaivotas voam, como encantadas pela crista das ondas.
Dizem que o mar é profundo. Procurei desesperadamente o barco que me levasse mais além. Mais profundos são os sonhos. O vento não parou. Não tomou o tempo de me escutar. Então, escrevi para poder sussurrar ao teu ouvido, o quanto dói, quando até o mar se retira: a solidão é bem mais profunda que o mar.
Carlos Tronco
Ouistreham
15/06/13