Acrescentar à letra cor, partilhar da alma o etéreo, mostrar da mão os calos, caminhar, ao lado, em silêncio.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Passos sem rumo
Quando longe dos meus passos
vereis as minhas pegadas hesitantes
e que ao longe o horizonte
pareça nada mais que infindo
não tenteis seguir-me:
será porque me perdi
Quando longe dos meus passos
encontrareis a minha alma
dizei baixinho uma oração;
talvez um Deus mais clemente
escute
e perdoe
o ter-me perdido
Carlos Carpinteiro
Mondeville
02/11/05
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Lágrimas
terça-feira, 26 de maio de 2009
Areias dispersas
Areias dispersas
Eu não sou ladrão de sonhos
Sou pupila dos teus olhos
Esquece amor, a tua areia
Para ser duna em minha praia
Volta um dia a ser catraia
Sê o canto da sereia
Deixa-te levar pelo vento
Sob o meu olhar atento
Assim se aprende a voar
O tempo que já passou
Levou tudo, não levou
Direito de se apaixonar
Hesitas, é natural
Pois o branco é cor de cal
Vê como a neve é fria
No céu as cores são muitas
Arco-íris, quando elas juntas
Ao brilhar, que alegria
Detesto pregar em vão
Logo, dá-me a tua mão
Vamos percorrer o mundo
O tempo que já passou
Foi tempo, já o levou
Um Deus para o mar mais fundo
De mãos dadas a cantar
Corpos pregados, dançar
Pregados tal Cristo em cruz
Que eu seja o teu madeiro
O que ressuscitar primeiro
Leva o outro até a luz
Carlos Tronco
Mondeville
14/10/05
segunda-feira, 18 de maio de 2009
DEPOIS, OS JOELHOS CEDERAM
As pernas dobraram-se sob o peso de uma vida já longa. Mas que continuava. Seria o peso da experiência?
Acredito que a experiência evite a repetição dos mesmos erros.
Será que pode evitar o acontecimento de erros diferentes?
Não repetir os mesmos erros, talvez não evite o errar.
A experiencia, permite o melhoramento, isto é, permite fazer melhor que precedentemente?
Fazer melhor implica portanto fazer diferente
mesmo se, fazer diferente não impede fazer pior.
Como se aperfeiçoar com a experiencia então?
Só a experiencia própria é valida. A filosofia chinesa explica, que a experiencia, é uma lanterna que só ilumina o caminho daquele que caminhou.
Eliminando os erros sucessivos, podemos esperar um dia, sermos confrontados a um numero reduzido de possibilidades e então diminuirmos pela experiencia a probabilidade de errar. No entanto “o homem teme o que ignora” e prefere perpetuar o erro sabendo que esta errado, que confiar à incerteza a possibilidade de acertar um dia.
Por isso cega.
Por isso prefere a religião à razão. Por isso nega à consciência o que oferece à superstição.
Por isso continua desesperadamente humano.
Carlos Tronco
Mondeville
18/05/09
Acredito que a experiência evite a repetição dos mesmos erros.
Será que pode evitar o acontecimento de erros diferentes?
Não repetir os mesmos erros, talvez não evite o errar.
A experiencia, permite o melhoramento, isto é, permite fazer melhor que precedentemente?
Fazer melhor implica portanto fazer diferente
mesmo se, fazer diferente não impede fazer pior.
Como se aperfeiçoar com a experiencia então?
Só a experiencia própria é valida. A filosofia chinesa explica, que a experiencia, é uma lanterna que só ilumina o caminho daquele que caminhou.
Eliminando os erros sucessivos, podemos esperar um dia, sermos confrontados a um numero reduzido de possibilidades e então diminuirmos pela experiencia a probabilidade de errar. No entanto “o homem teme o que ignora” e prefere perpetuar o erro sabendo que esta errado, que confiar à incerteza a possibilidade de acertar um dia.
Por isso cega.
Por isso prefere a religião à razão. Por isso nega à consciência o que oferece à superstição.
Por isso continua desesperadamente humano.
Carlos Tronco
Mondeville
18/05/09
domingo, 17 de maio de 2009
O raio de luz
Beira-mar.
Quase praia.
Mas sem areia.
Rochedos
Muitos
E pontiagudos.
À flor das ondas
Neblina espessa
Para não dizer
Que pouco se enxerga.
Ondas,
Das mais bravias
E eu sonhando
Vejo-me
Tal um símbolo fálico
Antigo,
Um farol
Que pretende guiar,
Que tenta guiar
Os veleiros
Na tormenta,
As almas perdidas.
Sonho poder ser
Sustento de sonhos
Alento de madrugadas frias
Mas repletas de esperança.
Sonho
Poder guiar os passos
Orientar as velas
Soprar os ventos.
Sonho
Gritar baixinho
Murmurar, estou aqui
Segue a luz do meu espelho.
Sonho,
Mas é em ti meu amor
Que encontro rumo
Para os meus hesitantes passos.
Carlos Tronco
Mondeville
13/10/05
Quase praia.
Mas sem areia.
Rochedos
Muitos
E pontiagudos.
À flor das ondas
Neblina espessa
Para não dizer
Que pouco se enxerga.
Ondas,
Das mais bravias
E eu sonhando
Vejo-me
Tal um símbolo fálico
Antigo,
Um farol
Que pretende guiar,
Que tenta guiar
Os veleiros
Na tormenta,
As almas perdidas.
Sonho poder ser
Sustento de sonhos
Alento de madrugadas frias
Mas repletas de esperança.
Sonho
Poder guiar os passos
Orientar as velas
Soprar os ventos.
Sonho
Gritar baixinho
Murmurar, estou aqui
Segue a luz do meu espelho.
Sonho,
Mas é em ti meu amor
Que encontro rumo
Para os meus hesitantes passos.
Carlos Tronco
Mondeville
13/10/05
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Outono da vida
Se a noite foi longa
Mais longa foi a espera
Esperava confiante
Alguma primavera
Que a geada se fosse
Que enfim viesse o calor
E com o perfume das flores
Encontrasse o amor
Esperei
E o tempo
Pouco a pouco
Passou
Primavera não veio
Muito menos o verão
No outono passeio
Esperando em vão
Carlos Tronco
Mondeville
11/10/05
Mais longa foi a espera
Esperava confiante
Alguma primavera
Que a geada se fosse
Que enfim viesse o calor
E com o perfume das flores
Encontrasse o amor
Esperei
E o tempo
Pouco a pouco
Passou
Primavera não veio
Muito menos o verão
No outono passeio
Esperando em vão
Carlos Tronco
Mondeville
11/10/05
sábado, 9 de maio de 2009
Cegadas
Vedes
Aquele espantalho
Ali abandonado
No meio da ceara?
Entre as espigas maduras
De barbudo centeio
Entre as rubras papoilas
Irmãs do pão
Vedes aqueles braços descarnados
Que imploram os escuros céus?
E ouvis o pranto
O vento desesperado
Uivar como famintos lobos?
E os rebanhos?
Tresmalhados
Espantados pela cena
Que se precipitam
Do alto da falésia
Como um só ser?
Não
Não vedes
E ainda menos sentis
Que o espantalho são apenas
Dois paus cruzados
Vestidos de um casaco velho
Ornado de um chapéu furado
Talvez roubado
Derrubado desde a primeira tempestade
Não vedes que teima na posição erecta
E de pé
Apenas se expõe
A inclemência
Dos elementos
Para
Mais depressa
Desaparecer
Ser esquecido?
sexta-feira, 8 de maio de 2009
TERRA DE SANTOS
Os tambores nunca se calaram
Continua a bater amigo, e grita!
O teu sofrimento lá longe, discreto
Mesmo se os canhões já se acalmaram
De carne e osso, tu companheiro
Da escola, no mato, dos mesmos bancos
Perdeste as pernas, a esperança, é dinheiro
As minas vinham de países democráticos
Hoje festejas a independência
De quem? Tu o craque da bola
Viva presidente! Que indecência!
Querias levantar quando toca o hino; Peninha!
Não vale a pena tentar
Cospes nas mãos para fazer avançar a cadeirinha
quinta-feira, 7 de maio de 2009
Duvido, mas procuro
Não é por não poder, que amar não quero
Não é por eu te amar, que perder me vou,
Além de tudo, a vontade é de ferro,
De tudo um dia dar, como um Deus, o dou
Deu olhos e a luz nos mostra o caminho,
A vontade faz o resto e aqui estou
Mas sempre avançar, mesmo se for sozinho,
Legume ou cordeiro, é que eu não sou.
Vinde pois; segui-me, se assim o desejais
A senda é escarpada, e até fere os pés,
Mas sede sem mais, do que simples animais
Livres, inventivos, sede enfim amantes
Partilhai o corpo, a alma e os bornais
Sereis então felizes, mais felizes do que antes
Não é por eu te amar, que perder me vou,
Além de tudo, a vontade é de ferro,
De tudo um dia dar, como um Deus, o dou
Deu olhos e a luz nos mostra o caminho,
A vontade faz o resto e aqui estou
Mas sempre avançar, mesmo se for sozinho,
Legume ou cordeiro, é que eu não sou.
Vinde pois; segui-me, se assim o desejais
A senda é escarpada, e até fere os pés,
Mas sede sem mais, do que simples animais
Livres, inventivos, sede enfim amantes
Partilhai o corpo, a alma e os bornais
Sereis então felizes, mais felizes do que antes
quarta-feira, 6 de maio de 2009
O caminho
Eis o caminho escolhido
E sigo apenas o rastro
Dos teus passos quando afasto
Do meu banco os passos meus
Deixo de ser uma pedra
Sem alma que nada quebra
Guiado por um olhar
No céu os astros são teus
Falavam os velhos antigos
De uma via que nos céus
Láctea; Hera a mulher de Zeus
Deixara então escapar
Da boca de um Hércules esfomeado
O seio que pendurado
Marcara o infinito
Com o traço do leite dito
Pois vejo agora sim
A via, será que persiste?
Mas na minha mente existe
E me guia ao seio teu
Carlos Tronco
Mondeville
08/09/05
E sigo apenas o rastro
Dos teus passos quando afasto
Do meu banco os passos meus
Deixo de ser uma pedra
Sem alma que nada quebra
Guiado por um olhar
No céu os astros são teus
Falavam os velhos antigos
De uma via que nos céus
Láctea; Hera a mulher de Zeus
Deixara então escapar
Da boca de um Hércules esfomeado
O seio que pendurado
Marcara o infinito
Com o traço do leite dito
Pois vejo agora sim
A via, será que persiste?
Mas na minha mente existe
E me guia ao seio teu
Carlos Tronco
Mondeville
08/09/05
segunda-feira, 4 de maio de 2009
O fim está próximo
São cores
Que lembram as flores
Jardins perfumados
Enquanto os amores
Dizem serem dores
Longas caminhadas
São olhos
Que vêem aos molhos
Como é profundo
O fundo do mar
Que me há-de levar
Ao berço do mundo
São sons
Do fundo da alma
Que olho com calma
Lembrando penhores
E as águas
Deixam navegar
E até baloiçar
Em ondas as mágoas
Espero
Que vá germinar
Quando me deitar
Nos braços sereias
Assim
Talvez seja o fim
Mas é para mim
A fonte de ideias
Carlos Tronco
Mondeville
domingo, 3 de maio de 2009
Quando cai uma folha
Quando cai uma folha
Uma folha verde amadurece
E o verde vai-se tornando amarelo
Do outono é, talvez, o tom mais belo
A queda de uma folha que enternece
Uma folha que cai perdendo a vida
Nos braços do vento se deixa adormecer
Para as andorinhas, é o sinal, da partida
Mas não tarda outro dia a nascer
Caiem folhas e depois vai caindo
Branca neve quando chega o Natal
A criança, o Deus Menino, é o bem-vindo
Nascimento que traz com ele a esperança
De dias melhores, de uma doce primavera
Vede no horizonte, como a morta folha dança
Carlos Tronco
Mondeville
05/10/05
sábado, 2 de maio de 2009
Do mar conheço a sede
A cor do mar é salgada
como a lágrima do olhar
quando lembro a minha amada
e me deito a afogar
:
E me deito a afogar
Nas águas da tua fonte
que procuro acariciar
antes de beijar o "monte"
:
De Vénus hei-de escalar
pelo norte e pelo sul
para me deixar escorregar
até águas do azul
:
Azul dizem ser o mar
como são os olhos meus
para não veres, eu vou fechar
ao beijar os lábios teus
Carlos Tronco
Mondeville
29/09/05
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Ondas
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