Acrescentar à letra cor, partilhar da alma o etéreo, mostrar da mão os calos, caminhar, ao lado, em silêncio.
quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
A criação de um mundo
A criação de um mundo 2
O combate prometia ser rude. Era necessário reunir um arsenal capaz de ajudar a vencer a inexperiência do criador. Nada de ultramoderno, de tudo o que esta tão à moda, nada da famosa tecnologia guerreira que serve não para libertar as mentes mas apenas ara espoliar as gentes. Não. A criação deste novo mundo, teria como exemplo, José o Carpinteiro e as suas mais simples ferramentas.
Então, este pai, não foi com simples serrote e plaina que ensinou ao Cristo o amor pela humanidade, que o levou a subir à cruz para nos salvar?
Alguém algum dia viu São José acariciar um madeiro de ceptro e tiara?
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
A criação de um mundo
A criação de um mundo 1
Ao começo, o tudo, nada mais era que vazio, onde o sentido jazia inerte no abismo de um mar de trevas. Depois, esperança em um espaço-tempo luminoso e o esquecimento sem futuro tinha dado origem a uma argamassa de desespero e escuridão. A poeira da quietude havia coberto os primícias da revolta e a sujeira invadira as almas.
Mas, Deus não havia criado o homem para que se submetesse à facilidade, nem o havia dotado de inteligência, para que alguém, rei ou papa, pensasse no seu lugar. Então, seguindo o exemplo divino, tudo recomeçou.
sábado, 26 de dezembro de 2009
Musas, por onde andais?
Musas, por onde andais?
A tua canção acrescento da guitarra
a voz cristalina de quem a corda encanta
presença, que alegra, como farta seara
seja a tua presença a nota que levanta
O punho e conduza à liberdade
das almas encerradas no inferno
de ti vou cultivar mera saudade
enquanto não terminar o triste inverno
Depois, talvez violetas, amores-perfeitos
mil flores de primavera a enfeitar
caminhos bem mais tortos que direitos
Conduzam um dia a encontrar
em ti musa e poeta a inspiração
para as minhas pobres letras adornar
A tua canção acrescento da guitarra
a voz cristalina de quem a corda encanta
presença, que alegra, como farta seara
seja a tua presença a nota que levanta
O punho e conduza à liberdade
das almas encerradas no inferno
de ti vou cultivar mera saudade
enquanto não terminar o triste inverno
Depois, talvez violetas, amores-perfeitos
mil flores de primavera a enfeitar
caminhos bem mais tortos que direitos
Conduzam um dia a encontrar
em ti musa e poeta a inspiração
para as minhas pobres letras adornar
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
Juízo
Juízo
Branco gelado, cristais de geada
Ao sol canta um passarinho
Apagou-se a lareira e procura ninho
Mais um. Sem dúvida, direis
Em breve, vira cantar os reis
Frágil como avezinha. Mas de forma humana
Natal e barriga cheia. Festeja-se Jesus
Duvido que aquele que então subiu à cruz
Tenha esquecido ser filho do Carpinteiro
E na voz da agonia que canta lá fora
Há a revolta de um Cristo morto para nos salvar
Sem nenhum de nós, pronto para o imitar.
Carlos Tronco
Azé
24/12/07
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
Dizer Adeus
Disseste Adeus e pensei
Adeus quando eu morrer
Disseste adeus e sonhei
Te voltarei, eu, a ver?
Morrer só morro uma vez
Que Deus tenha piedade
E vidas me dê ele três
Para matar a saudade
Sonhei, foi pena, acordado
Por não conseguir dormir
Partir hoje é sem agrado
Dizer adeus é fugir
Que a morte não me apanhe
Quando de morto fingir!
sábado, 12 de dezembro de 2009
ESPERA
Já nem a lua me envolve
apenas a solidão
e há muito que não chove
são lágrimas do coração
coração tem também penas
mas nunca soube voar
e cansado com verbenas
será que pode ainda amar?
amar não é só ter sorte
escolher o bom caminho
se não for até a morte
melhor seja amar sozinho
sozinho porque estas longe
e não tenho o teu olhar
lua sabes não sou monge
necessito acariciar
dirás: isso é masturbação
sabe bem, dê onde der
torradas também são pão
sem manteiga; tu mulher
não posso ver os teus olhos
e amar o teu sorrir
recebe abraços aos molhos
tem pena, não te vás rir
é que rir por vezes mata
a troça também faz morrer
a vida tem uma data
limite para sofrer
já não sei o que dizia
esqueci-me do começo
talvez chegue esse outro dia
em que o amor não tenha preço
e juntos de braço dado
por ai em correrias
tu amada e eu honrado
aprenda o que já sabias
apenas a solidão
e há muito que não chove
são lágrimas do coração
coração tem também penas
mas nunca soube voar
e cansado com verbenas
será que pode ainda amar?
amar não é só ter sorte
escolher o bom caminho
se não for até a morte
melhor seja amar sozinho
sozinho porque estas longe
e não tenho o teu olhar
lua sabes não sou monge
necessito acariciar
dirás: isso é masturbação
sabe bem, dê onde der
torradas também são pão
sem manteiga; tu mulher
não posso ver os teus olhos
e amar o teu sorrir
recebe abraços aos molhos
tem pena, não te vás rir
é que rir por vezes mata
a troça também faz morrer
a vida tem uma data
limite para sofrer
já não sei o que dizia
esqueci-me do começo
talvez chegue esse outro dia
em que o amor não tenha preço
e juntos de braço dado
por ai em correrias
tu amada e eu honrado
aprenda o que já sabias
quinta-feira, 10 de dezembro de 2009
Mil e uma noites
um dia virei bater a tua porta
um tapete enrolado sob o braço
de oriente senhora podeis crer
este tapete vale mais que grande espaço
voante e ainda por cima é de cor
o tapete liga onde for
como o arco-íris do amor
a tua doce anca e o meu pobre braço
um tapete enrolado sob o braço
de oriente senhora podeis crer
este tapete vale mais que grande espaço
voante e ainda por cima é de cor
o tapete liga onde for
como o arco-íris do amor
a tua doce anca e o meu pobre braço
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Cordas e amarras
A corrente, que nos amarra à terra
a corda que nos prende as velas
a terra onde cultivamos a alma
as velas que nos empurram, para o mar
fruto maduro, um dia, para enterrar
o vento que nos leva, ligeiros, a sonhar
tornando nossas vidas, belas.
a corda que nos prende as velas
a terra onde cultivamos a alma
as velas que nos empurram, para o mar
fruto maduro, um dia, para enterrar
o vento que nos leva, ligeiros, a sonhar
tornando nossas vidas, belas.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Lenços de papel
Se choras muito,
eu vou enviar-te um pacote de lenços
de papel .
Ouves?
Uma linda caixa cor-de-rosa,
com girassóis a enfeitar
Beijo cada lenço,
um a um
antes de enviar.
Como fazer depois, para tornar a dobrar?
Envio a caixa vazia!!!
Isto é, para quem vê com os olhos,
mas dentro irão,
com beijos, todos os meus sonhos.
E em vez de lenços de papel
para os olhos limpar
terás um pouco da minha
esperança
para
te consolar.
Carlos Tronco
Mondeville
13/02/07
eu vou enviar-te um pacote de lenços
de papel .
Ouves?
Uma linda caixa cor-de-rosa,
com girassóis a enfeitar
Beijo cada lenço,
um a um
antes de enviar.
Como fazer depois, para tornar a dobrar?
Envio a caixa vazia!!!
Isto é, para quem vê com os olhos,
mas dentro irão,
com beijos, todos os meus sonhos.
E em vez de lenços de papel
para os olhos limpar
terás um pouco da minha
esperança
para
te consolar.
Carlos Tronco
Mondeville
13/02/07
sábado, 5 de dezembro de 2009
A fonte onde correm mágoas
Já não são asas que batem
Nem deuses que levam a cruz
São apenas ais sem luz
Já nem os corações partem
Tudo mudou e um dia
Começaram a crescer
Eram filhos a viver
Fonte de melancolia
Como uma ponte caída
Ou nascente ressequida
Esqueci o meu sonhar
Há caminhos e são muitos
Não levam a nenhum lugar
Se forem corridos sozinho
Nem deuses que levam a cruz
São apenas ais sem luz
Já nem os corações partem
Tudo mudou e um dia
Começaram a crescer
Eram filhos a viver
Fonte de melancolia
Como uma ponte caída
Ou nascente ressequida
Esqueci o meu sonhar
Há caminhos e são muitos
Não levam a nenhum lugar
Se forem corridos sozinho
quinta-feira, 3 de dezembro de 2009
Palavras de chorar
Os meus beijos não são beijos
minha mão, já nem existe
minha boca só persiste
a contar coisas em vão
são palavras, pensamentos,
mas são beijos, não se dão
são apenas os tormentos
no bater de um coração
são palavras, são malditas
não se podem transformar
em carícias em amor
são palavras de chorar
19/01/07
minha mão, já nem existe
minha boca só persiste
a contar coisas em vão
são palavras, pensamentos,
mas são beijos, não se dão
são apenas os tormentos
no bater de um coração
são palavras, são malditas
não se podem transformar
em carícias em amor
são palavras de chorar
19/01/07
quarta-feira, 2 de dezembro de 2009
Canto de sereia
Livre como o vento em noite de vendaval
de fantasma lençol, como em carnaval
uiva mais que canta, imita a sereia
voz que não encanta, voz de perdição
Quando estende o braço, vazia a mão
doi o coração, é como cadeia
libre como o vento, brisa já sem ar
afoga-se de mansinho como a sonhar
Sente-se perdido, tal é a liberdade
percorre este mundo, sem qualquer vontade
fala com os muros, responde o silencio
que morde calado, sinal de fastio
Em pleno verão, sente calafrio
e os narcisos murcham, era de esperar
as flores são seres vivos
hão de se matar!
Carlos Tronco
Mondeville
14/04/06
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