Acrescentar à letra cor, partilhar da alma o etéreo, mostrar da mão os calos, caminhar, ao lado, em silêncio.
terça-feira, 30 de junho de 2009
Mercadores do templo
Recuso-me o levar a Cruz do Cristo
Pois na Cruz, foi o Pai quem o pregou
Levo a minha, consciente apenas disto
Por cada Cruz erguida, sempre alguém chorou
Junto ao Cristo chorou a Virgem desesperada
Junto a mim, também alguém há-de chorar
Que a minha mortalha seja, então queimada
Para com, a minha morte, ninguém ganhar
Filhos de Deus, somos todos, e eu também
Apenas uns, fazem levar a Cruz dourada
Enquanto outros, têm na cruz de lenha, o único bem
Se algum dia, numa azinheira aparecer
Virgem Maria, no seu brilhante, manto de luz
Eu peço apenas, para da Cruz, não mais descer.
Carlos Tronco
Mondeville
21/02/06
segunda-feira, 29 de junho de 2009
Trago comigo um abraço
Trago comigo um abraço
De braços que foram de aço
E agora são poesia
Confio na minha lua
Se a vires também é tua
Haja brisa e maresia.
Trago os olhos já cansados
De tantos sonhos e fados
Os dedos até recusam
Tocar nas cordas singelas
De guitarras que são belas
Quando lágrimas as usam.
Trago comigo a alegria
De quem há muito não via
Os amigos. Mas sonhei
São tantas expectativas
Reunidas tantas "vidas"
Não sei escrever. Chorei.
As lágrimas são tão salgadas
Ficaram as mãos temperadas
Aliviado e sem jeito
Venho ligeiro à conquista
De mais uma vida e em pista
Quero os amigos do peito.
Carlos Tronco
Mondeville
23/02/06
De braços que foram de aço
E agora são poesia
Confio na minha lua
Se a vires também é tua
Haja brisa e maresia.
Trago os olhos já cansados
De tantos sonhos e fados
Os dedos até recusam
Tocar nas cordas singelas
De guitarras que são belas
Quando lágrimas as usam.
Trago comigo a alegria
De quem há muito não via
Os amigos. Mas sonhei
São tantas expectativas
Reunidas tantas "vidas"
Não sei escrever. Chorei.
As lágrimas são tão salgadas
Ficaram as mãos temperadas
Aliviado e sem jeito
Venho ligeiro à conquista
De mais uma vida e em pista
Quero os amigos do peito.
Carlos Tronco
Mondeville
23/02/06
domingo, 28 de junho de 2009
Somos multidão
Um primeiro passo
sozinho e logo
me arrependi
tropecei em quimeras
escorreguei, caí
joelho no chão
as mãos a sangrar
e não é que então
eu senti tocar
uma mão no ombro
que logo me disse
levanta
vem de aí
há outro caminho.
-Certo?
...é mais curto a dois.
Senti-me liberto
e lá fomos, pois
o mundo chamava
há que descobrir
era a aventura
queríamos partir
sonhos de criança
fomos dando passos
cheios de esperança
o mundo é cruel
rápido encontramos
barreiras e muros
a ultrapassar
éramos só dois
e de ali parar
foi como se em espada
fossemos espetar
quase desesperados
prontos a desistir
joelho no chão
os olhos molhados:
-Tudo foi em vão!
e eis senão quando
ouvimos a voz:
-Não estais sozinhos
há outros caminhos.
Já éramos três
o tempo passou
houve mais derrotas
mais vozes ainda
quem abrir mais portas.
Ontem era só
hoje sou multidão
não preciso de armas
tenho coração.
Carlos Tronco
Mondeville
16/02/06
sozinho e logo
me arrependi
tropecei em quimeras
escorreguei, caí
joelho no chão
as mãos a sangrar
e não é que então
eu senti tocar
uma mão no ombro
que logo me disse
levanta
vem de aí
há outro caminho.
-Certo?
...é mais curto a dois.
Senti-me liberto
e lá fomos, pois
o mundo chamava
há que descobrir
era a aventura
queríamos partir
sonhos de criança
fomos dando passos
cheios de esperança
o mundo é cruel
rápido encontramos
barreiras e muros
a ultrapassar
éramos só dois
e de ali parar
foi como se em espada
fossemos espetar
quase desesperados
prontos a desistir
joelho no chão
os olhos molhados:
-Tudo foi em vão!
e eis senão quando
ouvimos a voz:
-Não estais sozinhos
há outros caminhos.
Já éramos três
o tempo passou
houve mais derrotas
mais vozes ainda
quem abrir mais portas.
Ontem era só
hoje sou multidão
não preciso de armas
tenho coração.
Carlos Tronco
Mondeville
16/02/06
sábado, 27 de junho de 2009
Torre de Babel
Uma torre, só é torre, se for alta
E alta só é, se não cair
Não basta ao Altíssimo pedir
É no chão, que a altura começa
Primeiro há que cavar; ventre materno (Pacha Mama)
A terra, que a todos dá o seu pão
Cavar deixa o seu traço, em cada mão
É na profundidade da cova que nasce o engenho
Alicerces sólidos, fé e alguma arte
Podem os muros da torre, então subir
E sólidos como o amor, já ninguém parte
Sonhamos que a nossa torre toca o céu
Esquecendo a triste história de Babel
Sonhamos levantar um dia o leve, véu.
Carlos Tronco
Mondeville
08/02/06
E alta só é, se não cair
Não basta ao Altíssimo pedir
É no chão, que a altura começa
Primeiro há que cavar; ventre materno (Pacha Mama)
A terra, que a todos dá o seu pão
Cavar deixa o seu traço, em cada mão
É na profundidade da cova que nasce o engenho
Alicerces sólidos, fé e alguma arte
Podem os muros da torre, então subir
E sólidos como o amor, já ninguém parte
Sonhamos que a nossa torre toca o céu
Esquecendo a triste história de Babel
Sonhamos levantar um dia o leve, véu.
Carlos Tronco
Mondeville
08/02/06
sexta-feira, 26 de junho de 2009
Vem; se ousas!
Sinto-me ligeiro como a neve,
caindo lentamente,
para a terra.
Já sinto o frio
que me enterra,
já sinto a morte
e de contente,
ergo o punho ao céu
em desafio.
Morro sem me render,
sem cobardia.
Não sendo rico,
posso até morrer,
com brio.
Carlos Tronco
Mondeville
28/01/06
caindo lentamente,
para a terra.
Já sinto o frio
que me enterra,
já sinto a morte
e de contente,
ergo o punho ao céu
em desafio.
Morro sem me render,
sem cobardia.
Não sendo rico,
posso até morrer,
com brio.
Carlos Tronco
Mondeville
28/01/06
terça-feira, 23 de junho de 2009
Noites de perdição
Noite alta
Trevas espessas
Espera longa
Uma voz ecoa
Um clamor chama
O murmúrio nasce
A solidão aguda,
Fere a alma delicada
E o sol parece
Uma estrela sem amor
Porque a negra noite
Fria acontece
Tu
Cometa
De longa cabeleira
Cintilante
Que apareces
Por vezes
No reino dos céus
Saras as chagas
De um peito aberto
A um coração perdido
Enamorado
Carlos Tronco
Mondeville
10/01/06
Trevas espessas
Espera longa
Uma voz ecoa
Um clamor chama
O murmúrio nasce
A solidão aguda,
Fere a alma delicada
E o sol parece
Uma estrela sem amor
Porque a negra noite
Fria acontece
Tu
Cometa
De longa cabeleira
Cintilante
Que apareces
Por vezes
No reino dos céus
Saras as chagas
De um peito aberto
A um coração perdido
Enamorado
Carlos Tronco
Mondeville
10/01/06
domingo, 21 de junho de 2009
Uma trança
Uma trança
Feita de caminhos
Bem entrelaçados
Escondidos dos olhos
Batidos pelos ventos
Uns de fios de ouro
Os outros cinzentos
Leve como a dança
De penas perdidas
Caminhos sem rumo
Cabelos de fumo
Que mãos penteiam
Com dedos molhados
Cabelos apanhados
Por fitas de cor
Belos penteados
Carinho e amor
Caminhos sem fim
De vidas suponho
Ou fios sem prumo
Que olhar ruim
Não viu nem quer ver
Perdido a olhar
Muito devagar
Vai-se arrepender
A trança da vida
Agora desfeita
Era tão cumprida
Já não se aproveita
Hoje é carrapito
Mais pequeno claro
Também é bonito
Pois de metal raro
Carlos Tronco
Mondeville
3/01/06
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Fado do amanhecer
Tocar com a ponta dos meus dedos
Da alma os teus segredos
E os teus lábios beijar
A distância é tão-somente
Pimenta para quem sente
Com o tempo se aprende a amar
Amar com garra e dedico
O feio e o bonito
à razão das minhas preces
Andava no mundo perdido
Sonhava sozinho e comigo
E então tu apareces
Não houve nem azinheira
Pastorinhos ou outra asneira
Apenas oportunidade
De abrir asas e voar
Como quem queria voltar
Aos vinte anos; a boa idade
Gira a terra como sempre
De uma forma permanente
Contigo quero dançar
Que toque à noite e ao um dia
A orquestra, a sinfonia
Até o sol se deitar
Carlos Tronco
Mondeville
01/01/06
Da alma os teus segredos
E os teus lábios beijar
A distância é tão-somente
Pimenta para quem sente
Com o tempo se aprende a amar
Amar com garra e dedico
O feio e o bonito
à razão das minhas preces
Andava no mundo perdido
Sonhava sozinho e comigo
E então tu apareces
Não houve nem azinheira
Pastorinhos ou outra asneira
Apenas oportunidade
De abrir asas e voar
Como quem queria voltar
Aos vinte anos; a boa idade
Gira a terra como sempre
De uma forma permanente
Contigo quero dançar
Que toque à noite e ao um dia
A orquestra, a sinfonia
Até o sol se deitar
Carlos Tronco
Mondeville
01/01/06
quinta-feira, 18 de junho de 2009
Sem título...
Se eu soubesse quantas vidas
Tenho para florescer
Deixava-me de despedidas
Ia pelos montes correr
Cantar fados, desgarradas
Deixar a vida viver
Com o inverno, com o estio
E a primavera a crescer
Venham amigos, amores
Que venham todos por bem
No peito da minha mão
Há lugar para cada um
Um abraço ao coração
E pão para mais algum
Sentem-se amigos à roda
Tudo é bom enquanto dura
Ele só se termina a boda
Quando algum Deus nos empurra
Para o vazio, para a cova
Mesmo sendo a morte pura
Seja o mais tarde possível
A cova só quero ver
Quando não puder sonhar
E amigos já não ter
Carlos Tronco
Mondeville
31/12/05
Tenho para florescer
Deixava-me de despedidas
Ia pelos montes correr
Cantar fados, desgarradas
Deixar a vida viver
Com o inverno, com o estio
E a primavera a crescer
Venham amigos, amores
Que venham todos por bem
No peito da minha mão
Há lugar para cada um
Um abraço ao coração
E pão para mais algum
Sentem-se amigos à roda
Tudo é bom enquanto dura
Ele só se termina a boda
Quando algum Deus nos empurra
Para o vazio, para a cova
Mesmo sendo a morte pura
Seja o mais tarde possível
A cova só quero ver
Quando não puder sonhar
E amigos já não ter
Carlos Tronco
Mondeville
31/12/05
quarta-feira, 17 de junho de 2009
O fragil da vida
Silêncio, branco, em noite que amanhece
Quando o manto estendido, vencido parece
Por vezes, no meio, uma ave, procura
Pão. Semente ou somente salvar a vida
Algum insecto, verme, criatura perdida
Branco e frio; é gelo, em manhã ja madura
Combate entre o belo e o tempo que passa
A neve a orar, com fé, rogando a graça
A clemencia dos céus, também algum frio
A ave coitada, com fome procura
Se alguém viu passar um petisco; ternura
De uma cena que segue docemente, um fio
Que amarra à vida, à terra e ao céu
Para voar, a ave, precisa de piteu
A neve necessita para viver de gelo
A ave, ela, morre de frio, ao vê-lo
Eu à janela, impotente, assisto
Ao drama da vida, resumido, a isto.
Carlos Tronco
Mondeville
28/12/05
domingo, 14 de junho de 2009
Emigrantes
Enquanto houver
Uma vela acesa
Na mais pequenina capela
Do mais agreste monte
A gente ao vê-la
Ao olhar p'ra ela
Acredita
Que a esperança
Continua a correr daquela fonte
O que nos une à Terra?
Procurais
Não são só os “ais”
Acredito
Para uns pode ser
O que viveram os pais
Para outros a recordação
De um sol mais bonito
Carlos Tronco
Mondeville
06/12/05
Uma vela acesa
Na mais pequenina capela
Do mais agreste monte
A gente ao vê-la
Ao olhar p'ra ela
Acredita
Que a esperança
Continua a correr daquela fonte
O que nos une à Terra?
Procurais
Não são só os “ais”
Acredito
Para uns pode ser
O que viveram os pais
Para outros a recordação
De um sol mais bonito
Carlos Tronco
Mondeville
06/12/05
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Chorar
De mãos fadistas, doce carícia
Na pele vibrante, nas tuas cordas
Sente dos dedos, mas sem malícia
O carinho sagrado, tu quando acordas
Tu, oh! guitarra, fêmea encantada
Da tua voz, doce e suave
Tornas mais leve, a madrugada
Contigo voo, tal uma ave
As tuas formas, arredondadas
Recordam as musas, tempos antigos
Em que nos bosques, viviam fadas
Esse teu cabo, que não tem fim
De alguma Deusa, lembra-me as pernas
Meias de vidro, cor de marfim.
CARLOS TRONCO
Mondeville
06/12/05
Na pele vibrante, nas tuas cordas
Sente dos dedos, mas sem malícia
O carinho sagrado, tu quando acordas
Tu, oh! guitarra, fêmea encantada
Da tua voz, doce e suave
Tornas mais leve, a madrugada
Contigo voo, tal uma ave
As tuas formas, arredondadas
Recordam as musas, tempos antigos
Em que nos bosques, viviam fadas
Esse teu cabo, que não tem fim
De alguma Deusa, lembra-me as pernas
Meias de vidro, cor de marfim.
CARLOS TRONCO
Mondeville
06/12/05
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Espera
Espera
Traz a tua alma
que para inspiração já tenho a lua
traz o teu coração pois para beleza já tenho o sol
vem, traz o teu ser, vem vestida ou nua
e do teu carinho farei o meu lençol
Carlos Tronco
Mondeville
26-11-05
Traz a tua alma
que para inspiração já tenho a lua
traz o teu coração pois para beleza já tenho o sol
vem, traz o teu ser, vem vestida ou nua
e do teu carinho farei o meu lençol
Carlos Tronco
Mondeville
26-11-05
quarta-feira, 10 de junho de 2009
Palavras para...Inês
Palavras para…Inês
Entre a tua gentileza e a minha solidão
existe apenas um mar, um oceano incógnito
de quem a maior lágrima é a distância
as quimeras e outros sonhos coloridos,
são os enfeites que feitos espuma, adornam as ondas
Nem sempre o horizonte é rubro ao por do sol
por vezes chovem cravos vermelhos
e quando vires uma mancha vermelha no negro do meu colete
saberás que as letras do alfabeto se esgotaram
cheguei e o poema, esta prestes acabado
Carlos Tronco
Mondeville
19/02/09
Entre a tua gentileza e a minha solidão
existe apenas um mar, um oceano incógnito
de quem a maior lágrima é a distância
as quimeras e outros sonhos coloridos,
são os enfeites que feitos espuma, adornam as ondas
Nem sempre o horizonte é rubro ao por do sol
por vezes chovem cravos vermelhos
e quando vires uma mancha vermelha no negro do meu colete
saberás que as letras do alfabeto se esgotaram
cheguei e o poema, esta prestes acabado
Carlos Tronco
Mondeville
19/02/09
segunda-feira, 8 de junho de 2009
Condenado ao silêncio
São palavras de sonho
são sonhos mal ditos
são corações aflitos
pesadelos medonhos
não saber dizer
o que alma sente
e na mão da gente
não poder fazer
inventar com letras
palavras que ditas
e depois escritas
toquem ; são cornetas
palavras são música
que alegra o ser
não poder dizer
é a morte somente
Carlos Tronco
Mondevile
26/11/05
são sonhos mal ditos
são corações aflitos
pesadelos medonhos
não saber dizer
o que alma sente
e na mão da gente
não poder fazer
inventar com letras
palavras que ditas
e depois escritas
toquem ; são cornetas
palavras são música
que alegra o ser
não poder dizer
é a morte somente
Carlos Tronco
Mondevile
26/11/05
sábado, 6 de junho de 2009
Nevão
Neva docemente
e docemente se vai cobrindo
de imaculado branco
os testemunhos da humana vida
neva, docemente
e docemente
se vai acreditando
que ainda é possível
preservar
este nosso cantinho de vida
neva, docemente
como um sinal do alto
um convite
à aceitação do destino
neva, docemente
mas sabemos,
que os bonecos de neve
são o fruto
das mãos do homem
Carlos Tronco
Mondeville
26/11/05
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Inverno
Em fria madrugada
quando mercúrio desce
até ao sétimo "degrau"
abaixo de zero
acontece o milagre
do cristal de gelo
Dona Aranha,
tendo armado a sua teia
na véspera
para caçar algum
insecto
de sina menos invejável
depara-se
quando Dão Sol
abre o primeiro
olho
com uma obra-prima
digna do “Michelangelo”
dos aracnídeos
e eu,
pobre caiador
de muros velhos
levo o meu joelho a terra
em sinal de reconhecimento:
a natureza
recompensa a vista
para que lhe perdoem
o silêncio
do canto dos rouxinóis
Carlos Tronco
Mondeville
21/11/05
quando mercúrio desce
até ao sétimo "degrau"
abaixo de zero
acontece o milagre
do cristal de gelo
Dona Aranha,
tendo armado a sua teia
na véspera
para caçar algum
insecto
de sina menos invejável
depara-se
quando Dão Sol
abre o primeiro
olho
com uma obra-prima
digna do “Michelangelo”
dos aracnídeos
e eu,
pobre caiador
de muros velhos
levo o meu joelho a terra
em sinal de reconhecimento:
a natureza
recompensa a vista
para que lhe perdoem
o silêncio
do canto dos rouxinóis
Carlos Tronco
Mondeville
21/11/05
terça-feira, 2 de junho de 2009
Cerrado
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