domingo, 25 de janeiro de 2009

Encontro

Se as minhas mãos soubessem falar
quando te afago o rosto
e apago as tuas lágrimas

se os meus dedos soubessem dizer
quando acaricio o teu peito
e escuto o teu coração

se o meu ser pudesse explicar
o que a minha alma sente
se os meus lábios soubessem cantar...

é um gesto imperfeito
palavra sem jeito
etéreo falar

são flores à enfeitar
são rendas do peito
são beijo por dar

e depois sem medo
sereno e feliz
de poder partilhar

eu deixo o meu dedo
vadio, é segredo...
deixo passear

por montes e vales
colinas ribeiros
e deixas tocar

nas cordas da vida
guitarra querida
a acompanhar

o fado, o destino
o nó da garganta
o sorriso enfim...

se a mágoa é tanta
hesitas perguntas
depois de mãos juntas

sorrindo, alegre
e quase com febre
pedes protecção

da cara ao joelho
da alma o espelho
...passeia uma mão.

Carlos Tronco
Mondeville
07/05/05

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