sábado, 14 de março de 2009

Carpinteiro

Já não há madeiros, tudo ardeu; foi em fumo!
Onde pregar as minhas mãos se não em cruz?
Não queria ter de roubar, mostrando o punho
Ao filho da Virgem Mãe, ao Deus Jesus.

Onde pregar as minhas mãos; que não se juntem!
Como muitos, só as portas da morte, sei rezar
E o Menino detesta que lhe untem
As mãos, uma vez na vida, por calhar...

Detesta a hipocrisia dos rebanhos
Que se atiram da falésia para o mar
Mas recusam, até a pureza dos sonhos.

Pede sim que respeitem os Mandamentos
Que gravou para Moisés lá no Sinaï
Interpretados por cada um, como por ventos...

Carlos Tronco
Torreira
12/08/05

Sem comentários: