terça-feira, 26 de maio de 2009

Areias dispersas





Areias dispersas
Eu não sou ladrão de sonhos
Sou pupila dos teus olhos
Esquece amor, a tua areia
Para ser duna em minha praia
Volta um dia a ser catraia
Sê o canto da sereia

Deixa-te levar pelo vento
Sob o meu olhar atento
Assim se aprende a voar
O tempo que já passou
Levou tudo, não levou
Direito de se apaixonar

Hesitas, é natural
Pois o branco é cor de cal
Vê como a neve é fria
No céu as cores são muitas
Arco-íris, quando elas juntas
Ao brilhar, que alegria

Detesto pregar em vão
Logo, dá-me a tua mão
Vamos percorrer o mundo
O tempo que já passou
Foi tempo, já o levou
Um Deus para o mar mais fundo

De mãos dadas a cantar
Corpos pregados, dançar
Pregados tal Cristo em cruz
Que eu seja o teu madeiro
O que ressuscitar primeiro
Leva o outro até a luz

Carlos Tronco
Mondeville
14/10/05

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