domingo, 4 de outubro de 2009

Eis!




Boa tarde, desconhecida da outra margem
Mistério de uma alma que não deseja ser vista
Silêncio de quem não quer ser nem rei, nem pajem
Enquanto escondida, faz de mim fadista

E canto senhora, pois chorar não sei
Canto sonhando, ser um rouxinol
Dou-te a minha voz, o coração já dei
Que fizeste dele? Foi posto em formol?

Vós tendes razão, verdade é, sou louco
Louco pois cantar, não posso sem voz
Enquanto gaguejo, troçai, fazei pouco

Partis a couraça, fendeis esta noz
Vereis pois por dentro, a cor das entranhas
Que seja a vitória, dos contra e dos prós.

1 comentário:

O mar me encanta completamente... disse...

Carlos, em síntese apuras o que de fato ocorre, o ato criador de plasmar os sentimentos em palavras, buscando nos ares sentidos palpáveis materializados em gestos...
Bom seria ver a cor das entranhas, ler a alma...
Belo e intrigante, como sempre.

Beijinhos desse lado do mar...