quinta-feira, 8 de outubro de 2009

O poeta bobo

Deixa-me aproximar
os meus dedos ao te tocarem,
apenas pretendem extrair a dor, a tristeza
de uma distância sempre presente
não tenhas medo dos meus beijos
deixa apenas que poisem os meus lábios
sobre a tua pele macia
deixa-te adormecer
dormindo, os sonhos tornam o prazer possível, real, palpável
deixa as tuas menstruas correr entre as tuas coxas
assim está escrita a tua sina de mulher
deixa o teu corpo dorido
receber as carícias de umas mãos sem jeito
os dedos entalados entre sortilégios e delírios
não tenhas medo de sentir o prazer invadir o teu ventre
deixa as minhas mãos trémulas
num gesto mágico ou talvez desesperado, extrair as
tuas angustias, as tuas incertezas
não me deixes falar como um bobo
deixa apenas que te ame em silêncio

1 comentário:

Anónimo disse...

Li de novo e achei tocante, belíssimo!
M. da Pedra