quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Canto de sereia




Livre como o vento em noite de vendaval
de fantasma lençol, como em carnaval
uiva mais que canta, imita a sereia
voz que não encanta, voz de perdição

Quando estende o braço, vazia a mão
doi o coração, é como cadeia
libre como o vento, brisa já sem ar
afoga-se de mansinho como a sonhar

Sente-se perdido, tal é a liberdade
percorre este mundo, sem qualquer vontade
fala com os muros, responde o silencio
que morde calado, sinal de fastio

Em pleno verão, sente calafrio
e os narcisos murcham, era de esperar
as flores são seres vivos
hão de se matar!

Carlos Tronco
Mondeville
14/04/06

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