sábado, 21 de agosto de 2010

ENCONTROS



Não são abraços nem beijos, a distância não permite
Mas algures em um velho peito, um coração em palpite
A emoção foi violenta, ia-me dando uma coisa
Deixastes dos astros o brilho, das estrelas os sorrisos
É bom saber, nesta vida - bem preciso - ter amigos!
Para navegar em mar alto e depois deixar na lousa.

Palavras e muitas vezes, sem o mínimo sentido.
Pensamentos, sonhos, ventos; até perco o juízo;
Mas procuro, simplesmente, um caminho, uma picada,
Que me leve mais adiante e se possível mais alto
Quero voar um dia, no dia do grande salto
Admirar na planície, a fragilidade da vida.

Ver, de um só olhar, do horizonte a verdura
Dos belos campos de trigo e no meio a formosura
O verde da esperança, pois com trigo não há fomes,
O vermelho das papoilas, violência da paixão
Recordar uma vida cheia e no meio do coração
Sentir todos os amigos, recordar os meus amores.

E aí dizer: oh Deus! A minha vida foi boa.
Dá-me mais alguns aninhos, não faças coisas à toa.
Falta-me ainda confessar, ainda não disse tudo:
O meu primeiro amor, encontrei-o num altar
Era uma virgem de barro e continuo a procurar
O que a virgem não me deu, quando ainda era miúdo!

Carlos Tronco
Évora
24/02/04

2 comentários:

Anónimo disse...

Belas recordações,Carlos.E bons "projectos" para futuro...Nem sempre a vida nos permite,chegar onde queremos:
A distância
os inconvenientes
os empecilhos...
Mas o que interessa,é mesmo saber amar,sentir o amor.E ainda,que seja longe,desde que traga o seu calor......................
Bom domingo,beijo.

Anónimo disse...

Carlos Tronco,gostei de ler seus poemas.Alice