quarta-feira, 18 de agosto de 2010

"Estrela da Galicia"




Estrela da Galiza

Esperava que caísse a noite.
Que sobre o mar caísse,
O brilho das estrelas.
Quando o mar mais negro
Brilhava só de vê-las,
Aí sim, me aproximava da areia.

Que fazia ali? Nadar não sabia.
A água gelada, o banho proibia,
Se o mar está bravo, não há
Como vencer,
Sentado na praia,
Tentava aprender.

Olhava as crianças, construir castelos;
Castelos de areia, de vários modelos,
Atitude simples, de génio primário:
Sem Deus por modelo,
Nem santo sudário.
Erguiam castelos de sonhos, meninos
De areia molhada e de grãos mui finos.

Algures se empregava, o aço e cimento
Se faziam torres,
Prisões para os homens.
Felizes como peixes,
Com o anzol na goela;
Ou burros de cigano,
Presos a uma argola.

Carlos Tronco
Muros
02/08/10

1 comentário:

Anónimo disse...

Poxa poeta!A sua estada na Galicia,fez-lhe muito bem!Santa inspiração!Poema maravilhoso...a primeira parte,embala qualquer um...abraço para "tu."
Nina