terça-feira, 16 de agosto de 2011

Cascas de nozes



Cascas de nozes

Era água ou mar?
Sombra de falésia ou sonho?
Chovia.
Chovia a felicidade de um instante.
Sentia a tua presença feminina
No mais profundo
Da minha loucura.
Bálsamo,
Que sara as duvidas.
Bálsamo.
O guarda-chuva teimava em revoltar-se.
Contra o tempo, contra o vento.
Fechado tornava-se engraçado:
O sorriso adornava-lhe os lábios
Enquanto as falésias
Se iam desmoronando.
Até na pedra mais dura,
Há pontos frágeis.
No humano é o coração
Que cede o primeiro.
Há quem venda lágrimas alheias.
Outros oferecem apenas
Os próprios sonhos.
Então disse:
-Sardão não é gafanhoto!

Carlos Tronco
Cabo Sardão
Julho 2011

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