Sentei-me
no paredão. Areia havia. Parecia um convite a aproximar-me da imensidão do mar.
Ao longe passeavam almas. O passeio dos tristes. Pareciam procurar na imensidão
da praia, alguma fronteira para conter a própria solidão.
Quisera
que estivesses comigo. Contar uma a uma as ondas deste mar. Talvez ondas que ja
foram tuas. O mar é livre. Sabias? Tanto bate aqui como se retira além. As
gaivotas voam, como encantadas pela crista das ondas.
Dizem
que o mar é profundo. Procurei desesperadamente o barco que me levasse mais
além. Mais profundos são os sonhos. O vento não parou. Não tomou o tempo de me
escutar. Então, escrevi para poder sussurrar ao teu ouvido, o quanto dói,
quando até o mar se retira: a solidão é bem mais profunda que o mar.
Carlos
Tronco
Ouistreham
15/06/13
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