domingo, 9 de março de 2014

Chocalhos

Estes, são de cabra e ovelha do pais basco
Este é de Chaves,
este é daqui perto,
quando formos de peregrinação a Saint-Michel levo-te lá,
fabricam sinos enormes, de modo tradicional, sem mudanças desde a idade media
recentemente fundiram os sinos de Notre-Dame de Paris
o maior pesa 16 toneladas.
O meu preferido é o mais simples,
o da cabra,
é lindo,
feito apenas numa chapa de cobre e soldado a estanho.
São os meus feitiços,
de descendente de pastores.
Porque não voltamos os dois aos nossos 18 anos Maria?
Acho que ainda não era caturro
ou então só um pedacinho,
sabes,
adoro acordar com a musica dos chocalhos,
de madrugada quando o gado vai a lama,
de quando em quando, um cão ladra,
o pastor canta,
Deus permite,
os lobos sonham,
a terra gira,
as estrelas choram,
e tu adormeces em silencio.
Será que sentes na tua pele,
o sopro da minha timidez,
o calor dos meus sonhos,
a musica dos meus guizos,
o sono,
simplesmente o sono merecido,
e adormeces sabendo que te quero bem?
Estrelas há muitas,
mas só o teu sorriso,
ilumina a minha solidão.
Escrevi monte de coisas
e só agora dei conta
que escrevia fora do quadro:
melhor assim,
gosto de ti serena e sorridente como neste momento.
Dormimos juntos hoje?
Já dormias?
Noite feliz...

Carlos Tronco

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