quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Homem

Amarrado ao mastro de um navio
Olhos cegos para o canto não ouvir
Nos braços de uma sereia não perder
Nem fé, nem tempo e ainda menos brio
Amarrado ao mastro de um navio
Tal o grego da grega mitologia
O navio da vida, esquecia
Sem amor até o verão é frio
Amarrado ao mastro de um navio
Tímpanos furados por doce melodia
Cegando cegos olhos, segando verdes trigos
Sugando até sangue, ouvindo só gemidos
Cegando esperanças, dos cegos dia a dia
Abrindo os abrigos
Ao vento, à tempestade
E ao futuro incerto
Pregar não sendo padre
Quando já usado
Exausto, velho, inerte
Ao céu pede clemência
Ao pai, o seu perdão
Só já encontra o diabo
Para lhe estender a mão

Carlos Tronco
Mondeville
24/05/05

1 comentário:

Anónimo disse...

Um texto de tirar o fôlego de tão lindo!