sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Virtual

Perguntei ao silêncio da noite
O que procuravas aqui, nesta teia
Que temias tu sereia?
Um beijo? Ou então açoite?
Para no longínquo anonimato deste meio
Virtual de se amar a si mesmo
Sem prazer
Olhemos a tela
E vemos feio
Nossa cara, nossas crenças, nosso ser
Que procuramos então juntos aqui
Vida, vidas, teatro ou real sentir?
A distância como mascara do tempo?
Muralha de defesa do sentimento
Qual fracasso esconde-mos ao ouvir
Letras, letras, letras,
Sinceras
Ou tretas?
Confissões ousadas
Palavras pesadas
Sentimentos censurados
Namoros
Sentir mas não tocar
Não ver sequer
Lágrimas
Lamentos
Amor virtual
Sem pecado capital
O essencial está salvoA alma, a alma, alma
O que não impede de arder
A chama, a chama, a chama
E virtualmente sofrer.

Carlos Tronco

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