terça-feira, 7 de abril de 2009

AS DUAS FACES DO VENTO

Perdido na vida, pontapés ao vento quero dar
Perdido em sonhos, perdida a alma e o olhar
Será que o vento, então magoado, depois consinta
Em levar consigo, levar bem longe, levar o pranto
Secar as lágrimas, esticar as velas, trazer encanto
Talvez guiar, guiar a mão, com que se pinta

Com letras, depois palavras, fazem-se quadros
Cenas bucólicas, trigos deitados, em verdes prados
A esperança, faz-nos viver, dia após dia
Vamos andando, barriga cheia, até de medos
Medos do mundo, medo de Deus e dos segredos
A madrugada, seja onde for, é sempre fria

Depois...

O sol devagarinho, vai chegando e com ele a vida
Espreguiçando, esticando os braços, conseguida
A força para nova aventura, afrontar
Sorriso nos lábios, cabelo ao vento, alma ligeira
As mãos nos bolsos, língua na boca e por cegueira
Juntar palavras, cumprir a sina, à assobiar.


Carlos Tronco
Mondeville
06/09/05

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