quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Sonhar




As minhas mãos, matéria, quando pensamentos
por mais que atentos, não são mais que etéreos ventos
as minhas mãos, elas, podem-se tocar
e sentir, como sentem vento as velas
das minhas mãos pequenas e singelas
como do vento ligeiro o acariciar
deita-te no meu corpo
como se o meu corpo fosse o mar dos teus suspiros
deita-te na imensidão do mar
para que a espuma nos una até sempre
mergulha no delírio das nossas vontades
sente-me crescer
como cresce a vegetação da floresta quando o sol acontece
deita-te em mim mar enfurecido
sente os meus braços de vento tempestade
sacudir a tua alma e destino
abandona-te à profundidade do crer
acredita enfim
que sonhar também é amar.

Carlos Tronco
Mondeville
18/07/07

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