sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

A criação de um mundo





A criação de um mundo 3
A poeira havia coberto as almas. Impunha-se a purificação antes de tudo. No primeiro dia o criador desejou a água, e a água correu.
Não a agua salgada por tantas lágrimas de desespero, nem a agua gelada pela solidão; a purificação deveria obter-se com a água temperada pela esperança.
Foi necessário trazê-la de longe.
Em cobre torcido pelas labaredas de um fogo, ele mesmo purificador. Um fogo nascido da união entre um oxigénio que soprava a vida e um acetileno ardente que lhe concedia o aroma.
Subiu.
Desceu.
Virou.
Tornou a subir.
Tão as sendas da purificação eram tenebrosas.
A água aconteceu e a sede do conhecimento pode enfim ser regada.

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