adoraria deitar-me nas tuas costas
deixar-me levar pelas ondas
como quem se atira ao mar
deitar-me para aprender
qual o teu gosto mulher
ouvir as gaivotas cantar
quando se trinca a cereja
por madura que ela seja
tem o caroço no meio
se me deito prà trincar
é para o teu lado acordar
uma mão sobre o teu seio
parece até ser um fado
de um casal enamorado
sem cordas dar à guitarra
é triste estar tão longe
é quase vida de monge
mas um dia há-de ser farra
é triste cantar sozinho
parece tristeza de vinho
e a solidão me embebeda
amar sem ter a presença
da mulher a quem confessa
é mesmo vida de ...pedra
pedra suja dos caminhos
e lá vamos tão sozinhos
por ai a rebolar
poder dizer a verdade
maneira de matar saudade
para quem não pode amar
Carlos Tronco
Mondeville
13/05/10