quinta-feira, 6 de maio de 2010

Uandala kuia ni e me?




É na poeira dos caminhos,
que melhor se escrevem
as lendas dos amores vadios.
Um dedo desenha letras
de um alfabeto
imaginário
só conhecido por quem ama.
Por vezes aparecem vírgulas
travessões, pontos finais.
Algo então aconteceu:
um beijo,
um abraço,
nasceu um amor.
Suspenso aos lábios da vida,
há que continuar a caminhar,
para que de novo,
as lajes se cubram de poeira
e novas historias de amor se tornem possíveis.
Só o tempo tem o poder de tudo apagar.
Não é amado quem quer.
Mas quem, como Martinho,
Partilha a metade do coração,
Tem mais hipóteses de não caminhar sozinho.

Então a cigana disse:
Vê-se nos teus olhos.

Carlos Tronco
Cabala
06-05-10

1 comentário:

Anónimo disse...

Linda homenagem a Martinho.
Só quem divide o coração,não fica sòzinho...,é uma grande verdade!
parabens,poeta.