sexta-feira, 14 de maio de 2010

beijo na nuca




adoraria deitar-me nas tuas costas
deixar-me levar pelas ondas
como quem se atira ao mar
deitar-me para aprender
qual o teu gosto mulher
ouvir as gaivotas cantar


quando se trinca a cereja
por madura que ela seja
tem o caroço no meio
se me deito prà trincar
é para o teu lado acordar
uma mão sobre o teu seio

parece até ser um fado
de um casal enamorado
sem cordas dar à guitarra
é triste estar tão longe
é quase vida de monge
mas um dia há-de ser farra

é triste cantar sozinho
parece tristeza de vinho
e a solidão me embebeda
amar sem ter a presença
da mulher a quem confessa
é mesmo vida de ...pedra

pedra suja dos caminhos
e lá vamos tão sozinhos
por ai a rebolar
poder dizer a verdade
maneira de matar saudade
para quem não pode amar

Carlos Tronco
Mondeville
13/05/10

3 comentários:

Anónimo disse...

Poeta,"do longe,faz-se perto".
Bonito o seu poema e o seu sentimento.O seu desejo de trincar a cereja,acho belo,mas cuidado,não se distraia, não parta o dente...rs
Parabens.nina

Anónimo disse...

Li alguns poemas e amei.Os seus poemas são muito sentidos,bonitos.Continue.

Joselma disse...

Grande Carlos Tronco.
Sempre em forma na arte da poesia!
Lindíssimo poema.
Jo