domingo, 3 de janeiro de 2010

A criação de um mundo





A criação de um mundo 5
Depois da purificação e com a iluminação, impunha-se a
protecção. Seria a tomada de consciência, tal como Adão, que achou necessário cobrir-se, após ter provado a maçã da sedução ou então, a consciência de que seria necessário proteger o bem mais precioso, o saber?
No terceiro dia, começaram a sair dos abismos as paredes que se elevariam até à luz; primeiro de aço nu em homenagem a Hefaïsto, depois, esse aço foi coberto de escudos de gesso e celulose insensíveis à humidade. Diziam naquele tempo, que a água combatia o fogo, que sem fogo não havia aço, e que, enfim, havendo aço melhor fora que fugisse da ferrugem como da peste. Para agasalhar esta obra, as paredes foram guarnecidas com lã de rocha.
A partir de aí o saber pode serenar no aconchego de um palácio cuja função mais se assimilava a uma arca da aliança, sem as tábuas. Não. Nada estava escrito; mas em cada gesto havia a partir de então, o saber da experiencia.

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